Certa vez, em uma entrevista, uma revista pediu para eu me descrever. Foi a coisa mais difícil de fazer! Como é fácil falar dos amigos da família até do vizinho, mais de nós mesmos é difícil! É voltar à infância, adolescência, até a atualidade.

 

Eu sou um pedacinho do Brasil miscigenado, misturado, e não da cor do pecado. Nasci no Oiapoque, pertenço ao povo Karipuna Br 156, aldeia Pequiá. Cresci na Zona Sul do Rio de Janeiro, por isso meu português carioquês, o gosto pelo samba e a admiração pelas matrizes africanas vem da adolescência, do tempo em que vivi no Morro da Mangueira. Cresci cercada de livros, meus avós paternos eram pintores da Academia de Belas Artes, meu avô Carlos era escritor e professor de História geral e História da arte por isso o gosto pelas artes.

 

Me reencontrei na Rio +20, caindo num Sambaqui no Cais do Valongo, passando pela JMJ, e me fixando nas Gestões Culturais, politicas de Igualdade Racial e Direitos Humanos, Tolerância religiosa e preservação da Pajelança. Sou assim: simples, mãe, mulher indígena, arte educadora, contadora de historias do povo Karipuna, pesquisadora, gestora cultural, simpatizante da Museologia Social e principalmente participante das questões indígenas do Brasil. Sou na verdade uma indígena urbana, vivendo no eixo aldeia / cidade. Sou uma Papiõn, que volita nesse mundo de Avatar, onde o que só queremos é preservar a nossa sagrada mãe natureza e a sabedoria ancestral.

Papiõn Cris Santos Karipuna/Cristiane Carla Pantoja Santos
Articuladora de Politicas Públicas para Indígenas com foco na preservação cultural e religiosa.
Gestora Cultural e de patrimônio no grupo Raízes Históricas Indígenas, 
Detentora do saber tradicional junto aos Sambaquis do propósito e sítio de contato tupinambá com europeu situado no Ipn (Instituto de pesquisa e memória pretos novos),
Palestrante da lei 11.645/08, da mostra de Cine Indio II- Microcine Bonsucesso- 11 de maio de 2011.
Participante da construção do plano setorial de cultura e tecnologia – Abril de 2012,
Participante da construção do plano nacional da igualdade racial - CEPPIR  RJ - ano 2013,
Participante da construção do plano para cultura indígena e tradição oral na Superdi e Ceplir do estado do Rio de Janeiro - ainda em auditoria 2014,
Coordenação na Rio+20, tenda Tupac Amarouc
Participante da Mostra Daniel Munduruku e outras gentes, falando dos mitos dos povos do Oiapoque-Ribeirão Preto -Julho de 2013
Coordenação da vinda dos indígenas na Jornada Mundial da Juventude , e primeira indígena a receber a benção do Papa Francisco
Membro convidada da Ceplir
Estudante do Curso de Formação de Gestores Públicos e Agentes Culturais-2013 Uerj

 

(Fonte: Raízes Históricas Indígenas)